quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Irmão pobre-diabo, o quase maçom
Posted on 01:47 by MARCONI
No dia 20 de maio de 2002, recebi uma carta da Augusta e Respeitável Loja de Pesquisas e Iniciática “Segredos da Pirâmide” nº 16, comunicando que no dia 23 de abril foi aprovado meu pedido de iniciação nos segredos da Maçonaria. Informava ainda a missiva que a sessão solene ocorreria no dia 4 de junho. Pediam para entrar em contato com meu padrinho para receber instruções.
É que meu pai Arnaud Costa é Mestre Maçom e eu produzia o jornal MONITOR MAÇÔNICO. Confesso que não estava procurando crescimento espiritual nem nada. Apenas buscando ganhar uns trocados com a única coisa que sei fazer razoavelmente, que é escrever. Mas quando passei a morar em João Pessoa, fui gentilmente informado pelos maçons que não poderia editar o jornal da Fraternidade sem ser um membro regular e fazer parte ativa da vida maçônica. Através do Maçom e escritor João Ribeiro Damasceno, entrei com o pedido de iniciação.
Animado para a festa, arrumei emprestado um paletó preto e a respectiva gravata. Mas existia uma profecia negativa que dizia que eu jamais seria um Maçom. Grandes profetas anunciaram há milhares de anos meu fracasso na tentativa de entrar numa “Respeitável Loja”, excetuando a loja do respeitável Inácio Ramos Cavalcante, a “Barateira”, que foi a miscelânea da cidade de Itabaiana, vendendo de chapéu Ramenzonni a rádio Phillips, estabelecimento nascido dos patacões de uma botija que o pai de Damião Ramos Cavalcante arrancou do quintal de dona Moça, em Pilar, segundo inconfidência do escritor José Augusto de Brito. (“Pilar” – Editora Idéia – Pg. 95).
O pior de tudo é que o mau êxito deveu-se a um motivo fútil e materialista: falta de grana. Para fazer a iniciação, deveria passar na tesouraria da Loja e deixar 500 mangos como uma espécie de “jóia”. No entanto, o quase futuro maçom estava mais duro que diamante. É a vida, que não dá nem empresta; não se comove nem se apieda. Deixei de pertencer ao Grande Oriente e entrar para a Academia Maçônica de Letras e Artes por não ter míseros 500 reais. Mas é isso mesmo, pobre não merece nem chegar perto dos “Segredos das Pirâmides”. No máximo, toma conhecimento de pequenos fuxicos da periferia.
É que meu pai Arnaud Costa é Mestre Maçom e eu produzia o jornal MONITOR MAÇÔNICO. Confesso que não estava procurando crescimento espiritual nem nada. Apenas buscando ganhar uns trocados com a única coisa que sei fazer razoavelmente, que é escrever. Mas quando passei a morar em João Pessoa, fui gentilmente informado pelos maçons que não poderia editar o jornal da Fraternidade sem ser um membro regular e fazer parte ativa da vida maçônica. Através do Maçom e escritor João Ribeiro Damasceno, entrei com o pedido de iniciação.
Animado para a festa, arrumei emprestado um paletó preto e a respectiva gravata. Mas existia uma profecia negativa que dizia que eu jamais seria um Maçom. Grandes profetas anunciaram há milhares de anos meu fracasso na tentativa de entrar numa “Respeitável Loja”, excetuando a loja do respeitável Inácio Ramos Cavalcante, a “Barateira”, que foi a miscelânea da cidade de Itabaiana, vendendo de chapéu Ramenzonni a rádio Phillips, estabelecimento nascido dos patacões de uma botija que o pai de Damião Ramos Cavalcante arrancou do quintal de dona Moça, em Pilar, segundo inconfidência do escritor José Augusto de Brito. (“Pilar” – Editora Idéia – Pg. 95).
O pior de tudo é que o mau êxito deveu-se a um motivo fútil e materialista: falta de grana. Para fazer a iniciação, deveria passar na tesouraria da Loja e deixar 500 mangos como uma espécie de “jóia”. No entanto, o quase futuro maçom estava mais duro que diamante. É a vida, que não dá nem empresta; não se comove nem se apieda. Deixei de pertencer ao Grande Oriente e entrar para a Academia Maçônica de Letras e Artes por não ter míseros 500 reais. Mas é isso mesmo, pobre não merece nem chegar perto dos “Segredos das Pirâmides”. No máximo, toma conhecimento de pequenos fuxicos da periferia.