quinta-feira, 18 de junho de 2009
FÁBIO MOZART / A reforma ortográfica de seu Nabunda.
Posted on 03:15 by MARCONI
A reforma ortográfica de seu Nabunda.
A Reforma Ortográfica, que pretensamente veio unificar o português falado nos países lusófonos, tem sido alvo de muitas críticas. O escritor português João Pereira Coutinho disse que é contra a Reforma Ortográfica porque “a língua pertence aos seus falantes, não a um conselho de sábios que se considera dono da língua”. Em artigo publicado na Folha de São Paulo, em 28 de setembro de 2008, Coutinho afirma que é visceralmente, filosoficamente e linguisticamente contra a Reforma. Ele alega ser incapaz de aceitar que “uma dúzia de sábios se considere dono de uma língua falada por milhões”. Ele se diz opositor da Reforma porque acredita que a língua é produto de uma história que está sendo ignorada. “A pluralidade é um valor que deve ser estudado e respeitado”, assegura.
Sem saber nada de Acordo Ortográfico, semi-analfabeto que é, o chaveiro pernambucano Everaldo Cabral tascou a seguinte frase em sua barraca de fazer chaves: “Xave é 1 rial”. Seu Nabunda, como é mais conhecido, de início ficou arretado com as galhofas dos amigos e passantes, por conta de ter trocado o “ch” de chave pelo “x”. Todo mundo queria corrigir seu Nabunda, que logo virou atração na pracinha onde ganha a vida fazendo chaves. Percebendo que era negócio esse negócio de escrever “errado”, seu Nabunda, um intuitivo da arte do marketing, escreveu diversas frases numa placa. Algumas das “pérolas”: koncerta i amola tizora faka i alikte – Fásso k.rinbo – Dô haúla di putugez.
A Reforma Ortográfica, que pretensamente veio unificar o português falado nos países lusófonos, tem sido alvo de muitas críticas. O escritor português João Pereira Coutinho disse que é contra a Reforma Ortográfica porque “a língua pertence aos seus falantes, não a um conselho de sábios que se considera dono da língua”. Em artigo publicado na Folha de São Paulo, em 28 de setembro de 2008, Coutinho afirma que é visceralmente, filosoficamente e linguisticamente contra a Reforma. Ele alega ser incapaz de aceitar que “uma dúzia de sábios se considere dono de uma língua falada por milhões”. Ele se diz opositor da Reforma porque acredita que a língua é produto de uma história que está sendo ignorada. “A pluralidade é um valor que deve ser estudado e respeitado”, assegura.
Sem saber nada de Acordo Ortográfico, semi-analfabeto que é, o chaveiro pernambucano Everaldo Cabral tascou a seguinte frase em sua barraca de fazer chaves: “Xave é 1 rial”. Seu Nabunda, como é mais conhecido, de início ficou arretado com as galhofas dos amigos e passantes, por conta de ter trocado o “ch” de chave pelo “x”. Todo mundo queria corrigir seu Nabunda, que logo virou atração na pracinha onde ganha a vida fazendo chaves. Percebendo que era negócio esse negócio de escrever “errado”, seu Nabunda, um intuitivo da arte do marketing, escreveu diversas frases numa placa. Algumas das “pérolas”: koncerta i amola tizora faka i alikte – Fásso k.rinbo – Dô haúla di putugez.
Ao resolver escrachar nos erros, seu Nabunda descobriu seu maior acerto. “No Brasil, fazendo as coisas erradas é que dá certo”, raciocina ele. Com essa brincadeirinha, seu Nabunda é o chaveiro mais famoso do Recife, com uma disputada barraca na esquina da Rua da Soledade, na Boa Vista, ou “Soliedade” como prefere chamar.
Já o juiz de futebol português Carlos Xistra andou desfacilitando a língua, conforme os termos da súmula sobre apresentação de cartão amarelo ao jogador Micolli, do Benfica: “O jogador da equipa visitada, Micolli, desmandou-se em velocidade tentando desobstruir-se no intuito de desfeitar o guarda-redes visitante. Um adversário à ilharga procurou desisolá-lo, desacelerando-o com o auxílio à utilização indevida dos membros superiores, o que conseguiu. O jogador Micolli procurou destravar-se com recurso a movimentos tendentes à prosecução de uma situação de desaperto, mas o adversário não o desagarrava. Quando finalmente atingiu o desimpedimento, desenlargando-se, destemperou-se e tentou tirar desforço, amandando-lhe o membro superior à zona do externo, felizmente desacertando-lhe. Derivado a esta atitude, demonstrei-lhe a cartolina correspectiva”. Agora me arresponda: é possível unificar línguas tão diferentes?
Já o juiz de futebol português Carlos Xistra andou desfacilitando a língua, conforme os termos da súmula sobre apresentação de cartão amarelo ao jogador Micolli, do Benfica: “O jogador da equipa visitada, Micolli, desmandou-se em velocidade tentando desobstruir-se no intuito de desfeitar o guarda-redes visitante. Um adversário à ilharga procurou desisolá-lo, desacelerando-o com o auxílio à utilização indevida dos membros superiores, o que conseguiu. O jogador Micolli procurou destravar-se com recurso a movimentos tendentes à prosecução de uma situação de desaperto, mas o adversário não o desagarrava. Quando finalmente atingiu o desimpedimento, desenlargando-se, destemperou-se e tentou tirar desforço, amandando-lhe o membro superior à zona do externo, felizmente desacertando-lhe. Derivado a esta atitude, demonstrei-lhe a cartolina correspectiva”. Agora me arresponda: é possível unificar línguas tão diferentes?