sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Fábio Mozart - Porque não leem nossos escritores.
Posted on 01:14 by MARCONI
O professor Damião Ramos enviou mensagem perguntando sobre o jornal Tribuna do Vale, periódico de Itabaiana e cidades vizinhas no vale do Paraíba, fora de circulação há mais de seis meses. Na qualidade de redator, repórter, diagramador e gazeteiro daquele jornal, tenho o desprazer de informar que a publicação encontra-se em fase terminal. Fomos vencidos pela tal crise econômica. Com a queda dos contratos publicitários e base de assinantes, fomos à lona. Mas a Tribuna não está só no desastre: nos Estados Unidos já fecharam mais de cem jornais. Publicações de referência na Europa como El País, na Espanha, Le Monde na França e The Times no Reino Unido, além do Corriere de La Será, na Itália, estão com a corda no pescoço. Estamos em boa companhia no fundo do poço. É o começo do fim da imprensa escrita. A internet é a mídia do futuro.
Mas o que quero falar mesmo é sobre a crise cultural que assola nossa terra. Temos ótimos escritores, a começar pelo próprio Damião Cavalcanti, autor de um livro chamado “Ausência do Tempo”, cujos poemas “são talhados para durar”, conforme o grande cronista e poeta Luiz Augusto Crispim, já no andar de cima. De poetas, posso falar de dezenas, dos bons, a exemplo desse menino Ricardo Aguiar, filho do nosso estimado amigo Geraldo Aguiar, Jessier Quirino que dispensa comentários, o também regionalista Antonio Costta e tantos mais. Cronistas do quilate de Reginaldo Alves e Marcos William, teatrólogos da excelência de um Romualdo Palhano, memorialistas do jaez de Arnaud Costa, enfim, ótimos autores itabaianenses que quase ninguém lê.
É que o brasileiro não pode ler. Além da falta de grana, segundo a Unesco, 20 milhões de brasileiros com mais de 14 anos são analfabetos; 50 milhões de adultos não passaram da primeira série do primeiro grau e são, portanto, analfabetos virtuais. Esses números posicionam o Brasil entre os três países com o pior nível de ensino do mundo. Para os poucos que gostam de ler, não existe programa de incentivo à leitura. Portanto, o produto cultural dos nossos escritores não circula. Por isso é que a leitura é um privilégio e não um direito nesse País.
Pensando nisso, o vereador José Assis Almeida, o Zé Cobal, apresenta projeto de lei incluído na grade curricular do ensino fundamental da Rede Municipal de Itabaiana, o cordel intitulado História de Itabaiana em Versos, de minha autoria.
Na justificativa, o vereador alega que “a adoção desta obra na grade curricular, pela Rede municipal de ensino, muito contribuirá para que os jovens estudantes itabaianenses conheçam de forma lúdica e poética a história e a formação de nossa cidade, através dos versos cordelescos que, obedecendo a uma cronologia histórica perfeita, traça toda uma trajetória da ‘Rainha do Vale’, que enche de orgulho o coração de todos os seus filhos”.
De minha parte, manifesto minha gratidão ao amigo Zé, comprometendo-me a inaugurar uma biblioteca no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, onde nossos autores estarão ao alcance da população itabaianense.
FOTO: Damião Ramos é diretor do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba
Mas o que quero falar mesmo é sobre a crise cultural que assola nossa terra. Temos ótimos escritores, a começar pelo próprio Damião Cavalcanti, autor de um livro chamado “Ausência do Tempo”, cujos poemas “são talhados para durar”, conforme o grande cronista e poeta Luiz Augusto Crispim, já no andar de cima. De poetas, posso falar de dezenas, dos bons, a exemplo desse menino Ricardo Aguiar, filho do nosso estimado amigo Geraldo Aguiar, Jessier Quirino que dispensa comentários, o também regionalista Antonio Costta e tantos mais. Cronistas do quilate de Reginaldo Alves e Marcos William, teatrólogos da excelência de um Romualdo Palhano, memorialistas do jaez de Arnaud Costa, enfim, ótimos autores itabaianenses que quase ninguém lê.
É que o brasileiro não pode ler. Além da falta de grana, segundo a Unesco, 20 milhões de brasileiros com mais de 14 anos são analfabetos; 50 milhões de adultos não passaram da primeira série do primeiro grau e são, portanto, analfabetos virtuais. Esses números posicionam o Brasil entre os três países com o pior nível de ensino do mundo. Para os poucos que gostam de ler, não existe programa de incentivo à leitura. Portanto, o produto cultural dos nossos escritores não circula. Por isso é que a leitura é um privilégio e não um direito nesse País.
Pensando nisso, o vereador José Assis Almeida, o Zé Cobal, apresenta projeto de lei incluído na grade curricular do ensino fundamental da Rede Municipal de Itabaiana, o cordel intitulado História de Itabaiana em Versos, de minha autoria.
Na justificativa, o vereador alega que “a adoção desta obra na grade curricular, pela Rede municipal de ensino, muito contribuirá para que os jovens estudantes itabaianenses conheçam de forma lúdica e poética a história e a formação de nossa cidade, através dos versos cordelescos que, obedecendo a uma cronologia histórica perfeita, traça toda uma trajetória da ‘Rainha do Vale’, que enche de orgulho o coração de todos os seus filhos”.
De minha parte, manifesto minha gratidão ao amigo Zé, comprometendo-me a inaugurar uma biblioteca no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, onde nossos autores estarão ao alcance da população itabaianense.
FOTO: Damião Ramos é diretor do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba