terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Vou fundar uma religião
Posted on 03:24 by MARCONI
Fábio Mozart
É moda nos dias de hoje fundar uma religião. Conheço dois militares da briosa Polícia Militar da Paraíba que abriram suas igrejas e estão se dando bem. Não entendo a ligação que há entre militares e igrejas de resultado, como também deixo de compreender por que se joga sempre o adjetivo “briosa” quando se trata da polícia.
Mas o fato é que vou fundar minha igreja. Minha religião terá um nome bem sugestivo e cheio de marketing: “Igreja Mundial das Doze Mil Virgens”. (Tenho a sensação de que o nome ficou um tanto atrativo para pedófilos, acho que vou mudar...). Vejo-me como um sujeito carismático para vender preceitos e receber em moeda corrente, aceitando também vale-refeição, que a doutrina não tem preconceito econômico. Minha doutrina será esotérica, exótica e pentecostalmente barulhenta. Reunirei todas as ideias, garantindo cura pela imposição das mãos, notadamente nas partes pudendas das fiéis seguidoras. Venderei ervas milagrosas, terras santas, pau santo e fogueiras, tudo ao rito sagrado das antigas tradições pagãs misturado com severas surras no gênio do mal, o anjo rebelde Satanás.
Depois de abrir minha igreja, parto para escrever um livro e comprar espaço na mídia, vendendo a cura para todos os males. Serei honesto: só não serve para resolver conflitos de interesses entre políticos paraibanos do PSDB. Pelo que tenho visto nos empreendimentos similares, a coisa tem que ser suntuosa, para dar credibilidade. Consagro-me logo Papa, chefe supremo. Com base na isenção de impostos, fundo um banco no estrangeiro para mandar minha parte. A de Deus, eu jogo pra cima; se Ele agarrar, é Dele. O que cair no chão pertence ao seu Supremo Profeta, que sou eu mesmo. Excluirei dos bens (espirituais) os que falarem mal de minha igreja, eis que “toda língua que acusar esta Igreja cairá diante dela; porque esta é a herança que o Senhor nos dá”. Portanto não darei bola pra torcida contrária “porque estes conspiradores cairão como bananas maduras diante desta Igreja do Senhor”.
Eu e minha família sairemos do caos da pobreza devido à grande intimidade que terei com Deus e com alguns operadores do mercado financeiro. Pela minha sabedoria, conhecimento, profecia e interpretação do sagrado, logo terei assento em uma câmara de vereadores, assembléia legislativa, senado e onde tiver lugar para um homem de Deus ocupar espaço. Quem me chamar de falso pastor e mercenário, vai se haver com os tribunais em nome da liberdade de culto. O espírito do anticristo toma conta do resto.
É moda nos dias de hoje fundar uma religião. Conheço dois militares da briosa Polícia Militar da Paraíba que abriram suas igrejas e estão se dando bem. Não entendo a ligação que há entre militares e igrejas de resultado, como também deixo de compreender por que se joga sempre o adjetivo “briosa” quando se trata da polícia.
Mas o fato é que vou fundar minha igreja. Minha religião terá um nome bem sugestivo e cheio de marketing: “Igreja Mundial das Doze Mil Virgens”. (Tenho a sensação de que o nome ficou um tanto atrativo para pedófilos, acho que vou mudar...). Vejo-me como um sujeito carismático para vender preceitos e receber em moeda corrente, aceitando também vale-refeição, que a doutrina não tem preconceito econômico. Minha doutrina será esotérica, exótica e pentecostalmente barulhenta. Reunirei todas as ideias, garantindo cura pela imposição das mãos, notadamente nas partes pudendas das fiéis seguidoras. Venderei ervas milagrosas, terras santas, pau santo e fogueiras, tudo ao rito sagrado das antigas tradições pagãs misturado com severas surras no gênio do mal, o anjo rebelde Satanás.
Depois de abrir minha igreja, parto para escrever um livro e comprar espaço na mídia, vendendo a cura para todos os males. Serei honesto: só não serve para resolver conflitos de interesses entre políticos paraibanos do PSDB. Pelo que tenho visto nos empreendimentos similares, a coisa tem que ser suntuosa, para dar credibilidade. Consagro-me logo Papa, chefe supremo. Com base na isenção de impostos, fundo um banco no estrangeiro para mandar minha parte. A de Deus, eu jogo pra cima; se Ele agarrar, é Dele. O que cair no chão pertence ao seu Supremo Profeta, que sou eu mesmo. Excluirei dos bens (espirituais) os que falarem mal de minha igreja, eis que “toda língua que acusar esta Igreja cairá diante dela; porque esta é a herança que o Senhor nos dá”. Portanto não darei bola pra torcida contrária “porque estes conspiradores cairão como bananas maduras diante desta Igreja do Senhor”.
Eu e minha família sairemos do caos da pobreza devido à grande intimidade que terei com Deus e com alguns operadores do mercado financeiro. Pela minha sabedoria, conhecimento, profecia e interpretação do sagrado, logo terei assento em uma câmara de vereadores, assembléia legislativa, senado e onde tiver lugar para um homem de Deus ocupar espaço. Quem me chamar de falso pastor e mercenário, vai se haver com os tribunais em nome da liberdade de culto. O espírito do anticristo toma conta do resto.