quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Fábio Mozart - Palavra fora de contexto
Posted on 04:29 by MARCONI
Palavra fora de contexto
Fábio Mozart
E a polêmica continua a respeito do memorial de Sivuca. Circulam boatos de que a viúva do músico ganhou a causa na justiça contra a filha de Sivuca, e pode dispor como quiser do seu espólio. Dizem que ela vendeu o material mais nobre dessa herança à Fundação Joaquim Nabuco, do Recife, e o restante está negociando com o Governo da Paraíba para fazer parte de um memorial a ser construído em Campina Grande.
A verdade é que dona Glorinha Gadelha não gosta nada de Itabaiana. Uma antipatia que o povo da cidade não entende. Em recente enquete de rádio, um rapaz chegou a acusar Sivuca de falar mal de Itabaiana. Improcedente a acusação, conforme depoimentos de amigos do músico, conterrâneos e contemporâneos. Com a palavra o empresário Dema, ex-vice-prefeito: “Ele esteve várias vezes em minha casa aí em Itabaiana, momentos em que relembrava fatos de sua infância, demonstrando felicidade, sem jamais falar mal de sua terra. Aliás, eu arrisco dizer que, a nobreza d’alma de que era possuído o Sivuca não lhe permitia falar mal de nada nem de ninguém. Ele era superior as essas questões, não se prendia a coisas materiais, era sensível ao sofrimento dos outros. Não imagino Sivuca levantando questões contra ninguém, mesmo em algum caso que porventura ele tenha sido ofendido. Era uma pessoa desprovida de qualquer sentimento de maldade, alheio a coisas como essa que lhe estão imputando. Porém, se tudo e muito mais fosse verdade, haveria que se ressaltar o seu talento musical, motivo de defendermos seu memorial em Itabaiana”.
A lenda de que Sivuca falava mal de Itabaiana veio das entrevistas que deu em muitas mídias pelo mundo afora. Instado a falar sobre sua terra natal, ele fazia um relato histórico para situar as condições sociais e econômicas do lugar, que teve grande progresso material no começo do século vinte, em virtude de ser um entreposto para o negócio do gado, local da maior feira da região, onde afluíam todos os tipos de pessoas, desde artistas, até prostitutas e ladrões, atraídos pelo dinheiro que circulava. Algum imbecil deve ter escutado isso e interpretado como se ele falasse mal do seu torrão. Já dizia alguém que a estupidez é uma força da natureza. A versão truncada se espalhou, e hoje muita gente acredita nisso.
Estamos perdendo a batalha pelo memorial de Sivuca. Falou mais alto a ambição e o tráfico de influência. Não soubemos lutar por essa obra tão importante para as gerações futuras.
www.fabiomozart.com
www.fabiomozart.blogspot.com
Fábio Mozart
E a polêmica continua a respeito do memorial de Sivuca. Circulam boatos de que a viúva do músico ganhou a causa na justiça contra a filha de Sivuca, e pode dispor como quiser do seu espólio. Dizem que ela vendeu o material mais nobre dessa herança à Fundação Joaquim Nabuco, do Recife, e o restante está negociando com o Governo da Paraíba para fazer parte de um memorial a ser construído em Campina Grande.
A verdade é que dona Glorinha Gadelha não gosta nada de Itabaiana. Uma antipatia que o povo da cidade não entende. Em recente enquete de rádio, um rapaz chegou a acusar Sivuca de falar mal de Itabaiana. Improcedente a acusação, conforme depoimentos de amigos do músico, conterrâneos e contemporâneos. Com a palavra o empresário Dema, ex-vice-prefeito: “Ele esteve várias vezes em minha casa aí em Itabaiana, momentos em que relembrava fatos de sua infância, demonstrando felicidade, sem jamais falar mal de sua terra. Aliás, eu arrisco dizer que, a nobreza d’alma de que era possuído o Sivuca não lhe permitia falar mal de nada nem de ninguém. Ele era superior as essas questões, não se prendia a coisas materiais, era sensível ao sofrimento dos outros. Não imagino Sivuca levantando questões contra ninguém, mesmo em algum caso que porventura ele tenha sido ofendido. Era uma pessoa desprovida de qualquer sentimento de maldade, alheio a coisas como essa que lhe estão imputando. Porém, se tudo e muito mais fosse verdade, haveria que se ressaltar o seu talento musical, motivo de defendermos seu memorial em Itabaiana”.
A lenda de que Sivuca falava mal de Itabaiana veio das entrevistas que deu em muitas mídias pelo mundo afora. Instado a falar sobre sua terra natal, ele fazia um relato histórico para situar as condições sociais e econômicas do lugar, que teve grande progresso material no começo do século vinte, em virtude de ser um entreposto para o negócio do gado, local da maior feira da região, onde afluíam todos os tipos de pessoas, desde artistas, até prostitutas e ladrões, atraídos pelo dinheiro que circulava. Algum imbecil deve ter escutado isso e interpretado como se ele falasse mal do seu torrão. Já dizia alguém que a estupidez é uma força da natureza. A versão truncada se espalhou, e hoje muita gente acredita nisso.
Estamos perdendo a batalha pelo memorial de Sivuca. Falou mais alto a ambição e o tráfico de influência. Não soubemos lutar por essa obra tão importante para as gerações futuras.
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