segunda-feira, 20 de abril de 2009
CIDADÃO ITABAIANENSE
Posted on 07:14 by MARCONI
Vereadores de Itabaiana querem homenagear o velho Fábio Mozart, concedendo-me título de Cidadão Itabaianense. Dentro da minha simplicidade, acho isso desnecessário, bondade dos amigos que aumentam minhas qualidades, generosos que são.
Agradeço a comenda e o reconhecimento, dizendo que sempre tive indiscutível vocação para ser itabaianense. Vim ao mundo na bela cidade de Timbaúba, a Princesa da Serra, pela dedicação de dona Iraci e senhor Arnaud Costa, um casal genuinamente itabaianense. Com pouco mais de oito anos de idade, compareci à terra de Zé da Luz para ali morar até 1988 quando, por força de obrigações profissionais, fui viver na aprazível Mari. Nesses anos em que vivi em Itabaiana, senti-me grande com a grandeza dessa terra, com sua História e a dignidade do seu povo. Aprendi a amar esse pedaço de chão. Hoje, este título me concede a honra de ser formalmente o que há muito me considero de fato: um cidadão itabaianense.
Saindo da “Princesa da Serra” para ser súdito da “Rainha do Vale”, fui acolhido com carinho por essa outra Majestade que me abriu horizontes e me ensinou a dar meus primeiros passos rumo ao objetivo de ser um cidadão por inteiro, significando participar, assumir responsabilidades, envolver-se com os problemas da cidade, entendendo que somos os únicos responsáveis pela vida que temos hoje, pela preservação do passado e pelo futuro que vamos deixar para nossos filhos e netos.
Guardo com muito carinho em minhas lembranças as imagens das ruas onde morei, das pessoas com quem convivi, das minhas professoras, dos amigos e momentos importantes que vivi nessa Itabaiana velha de guerra. Fui contemporâneo de figuras que marcaram a grandeza desse povo, de espírito inconformista, inovador e criativo.
Obrigado Itabaiana, por ter aberto os braços e me aceitado como membro da família, embora considere que nossa Pátria é o mundo inteiro, nossa Lei é a liberdade, conforme a canção anarquista de fins do século XIX, do italiano Pietro Gori. Se hoje estou orgulhoso em ser cidadão honorário de Itabaiana, sinto-me igualmente honrado por ter contribuído, um mínimo que seja, para o desenvolvimento cultural e artístico da terra de Zé da Luz. Aonde piso, gosto de semear o gosto pela cultura. Em Itabaiana, fundei associações culturais, teatros, bibliotecas e jornais. Confesso que fiz muitas coisas boas e errei bastante. Enfrentei paradas duras. Fui detido algumas vezes: por escrever crônica ofensiva aos donos do poder e por apresentar espetáculo teatral contestador, na época da ditadura. E recentemente fui preso por operar rádio comunitária sem licença do governo. Crimes de opinião, delitos políticos dos quais me orgulho. É como diz o compadre Marcos Veloso, um que foi preso comigo por procurar democratizar a comunicação: “podem me prender, chamem a S.W.A.T., o FBI ou até o sargento Garcia, mas vou continuar nessa luta, pois o que está em jogo não é simplesmente a voz que vai ao ar, mas sim, a transformação política que ela causa no indivíduo que se torna o protagonista de um veículo de comunicação, um exercício pleno de liberdade”.
Mas isso é outra história, que conto no meu livro “Democracia no Ar”. Hoje, com a responsabilidade de cidadão honorário de Itabaiana, acho-me no direito de exigir mais, de cobrar mais consideração para com essa terra. Minha cidadania é bem maior do que eu. A cidadania é o fruto nobre da democracia, que se fortalece quando o cidadão tem consciência dos seus direitos e deveres. O dono da cidade é o cidadão. Vamos à luta, para que o futuro de nossos filhos seja próspero e que todos tenham uma vida digna.
Agradeço a comenda e o reconhecimento, dizendo que sempre tive indiscutível vocação para ser itabaianense. Vim ao mundo na bela cidade de Timbaúba, a Princesa da Serra, pela dedicação de dona Iraci e senhor Arnaud Costa, um casal genuinamente itabaianense. Com pouco mais de oito anos de idade, compareci à terra de Zé da Luz para ali morar até 1988 quando, por força de obrigações profissionais, fui viver na aprazível Mari. Nesses anos em que vivi em Itabaiana, senti-me grande com a grandeza dessa terra, com sua História e a dignidade do seu povo. Aprendi a amar esse pedaço de chão. Hoje, este título me concede a honra de ser formalmente o que há muito me considero de fato: um cidadão itabaianense.
Saindo da “Princesa da Serra” para ser súdito da “Rainha do Vale”, fui acolhido com carinho por essa outra Majestade que me abriu horizontes e me ensinou a dar meus primeiros passos rumo ao objetivo de ser um cidadão por inteiro, significando participar, assumir responsabilidades, envolver-se com os problemas da cidade, entendendo que somos os únicos responsáveis pela vida que temos hoje, pela preservação do passado e pelo futuro que vamos deixar para nossos filhos e netos.
Guardo com muito carinho em minhas lembranças as imagens das ruas onde morei, das pessoas com quem convivi, das minhas professoras, dos amigos e momentos importantes que vivi nessa Itabaiana velha de guerra. Fui contemporâneo de figuras que marcaram a grandeza desse povo, de espírito inconformista, inovador e criativo.
Obrigado Itabaiana, por ter aberto os braços e me aceitado como membro da família, embora considere que nossa Pátria é o mundo inteiro, nossa Lei é a liberdade, conforme a canção anarquista de fins do século XIX, do italiano Pietro Gori. Se hoje estou orgulhoso em ser cidadão honorário de Itabaiana, sinto-me igualmente honrado por ter contribuído, um mínimo que seja, para o desenvolvimento cultural e artístico da terra de Zé da Luz. Aonde piso, gosto de semear o gosto pela cultura. Em Itabaiana, fundei associações culturais, teatros, bibliotecas e jornais. Confesso que fiz muitas coisas boas e errei bastante. Enfrentei paradas duras. Fui detido algumas vezes: por escrever crônica ofensiva aos donos do poder e por apresentar espetáculo teatral contestador, na época da ditadura. E recentemente fui preso por operar rádio comunitária sem licença do governo. Crimes de opinião, delitos políticos dos quais me orgulho. É como diz o compadre Marcos Veloso, um que foi preso comigo por procurar democratizar a comunicação: “podem me prender, chamem a S.W.A.T., o FBI ou até o sargento Garcia, mas vou continuar nessa luta, pois o que está em jogo não é simplesmente a voz que vai ao ar, mas sim, a transformação política que ela causa no indivíduo que se torna o protagonista de um veículo de comunicação, um exercício pleno de liberdade”.
Mas isso é outra história, que conto no meu livro “Democracia no Ar”. Hoje, com a responsabilidade de cidadão honorário de Itabaiana, acho-me no direito de exigir mais, de cobrar mais consideração para com essa terra. Minha cidadania é bem maior do que eu. A cidadania é o fruto nobre da democracia, que se fortalece quando o cidadão tem consciência dos seus direitos e deveres. O dono da cidade é o cidadão. Vamos à luta, para que o futuro de nossos filhos seja próspero e que todos tenham uma vida digna.